15 julho 2016

Os Álbuns Conceituais do Dream Theater

Fala cambada! Essa semana tivemos um probleminha com nossa internet e por isso o hiato, mas tamo de volta e lá vamos nós. E já que vamos, vamos falar sobre os álbuns conceituais do Dream Theater
Para quem não sabe, álbum conceitual é aquele álbum que tudo nele roda em cima de um tema, em outras palavras, conta uma história em suas letras e todo resto do álbum é em cima dessa história. O ultimo álbum do Dream Theater, The Astonishing, é um álbum conceitual e por isso resolvi falar disso agora e já que o Dream Theater veio ao Brasil a pouco tempo, vamos falar dessa baita banda para vocês entenderem melhor o que viram.

Metropolis Part II: Scenes From A Memory (1999)

Esse está entre os meus 3 álbuns favoritos de todos os tempos! Escuto praticamente todo dia e nunca me canso mas como o texto não é para falar de meus gostos (que são sem duvidas ótimos), vamos ao tema: A história de Metropolis Part II, Scenes From A Memory, não começa nesse álbum em si, temos que voltar ao álbum Images And Words (1992), na musica Metropolis Part I: The Miracle And The Sleeper, a quinta musica do álbum. Essa musica inspirou o conceito do álbum inteiro que viria anos a seguir: Aqui acompanhamos a história de Nicholas, um cara assombrado por pesadelos e visões de um passado desconhecido. Ao procurar um hipnoterapeuta ele regride a outra vida onde descobre que teve um romance com Victoria. Ao pesquisar ele descobre, por meio de noticias antigas, que Victoria foi assassinada e no desenrolar da historia descobrimos quem foi o assassino e a motivação para o crime. A historia é contada de maneira competente fazendo com que passado e presente se confundam até um desfecho totalmente inesperado. O álbum se inicia com o começo de uma sessão de hipnose de Nicholas, com o médico pedindo para ele fechar os olhos e começar a relaxar e a contagem se inicia, decrescente, 10, 9... então você se pega viajando com Nicholas por toda a sua história emocionante.
Além do álbum o Dream Theater lançou também uma versão especial com o show ao vivo onde a historia é atuada em telões ao fundo da banda, uma curiosidade rápida é que a capa dessa versão especial era uma grande maçã (uma alusão a Nova York) com as Torres Gêmeas em chamas e a data de lançamento coincidiu com o adentado terrorista de 11 de setembro, fazendo com que a banda recolhesse os álbuns das lojas e mudasse a capa, fazendo com que as cópias que já haviam sido vendidos se tornassem raras.

 Six Degrees of Inner Turbulence (2002)

Apesar de ter um tom mais abstrato esse álbum duplo é também conceitual e assim como acontece em Metropolis Part II: Scenes From A Memory, aqui encontramos interligações a outros álbuns: a primeira musica do primeiro CD, The Glass Prison, traz a luta pela reabilitação de Mike Portnoy contra o alcoolismo. A musica é composta em 3 partes (I-Reflection, II-Restoration,III-Revelation) que são os passos iniciais entre os 12 passos dos Alcoólicos Anônimos, Os outros 9 passos são tratados em This Dying Soul do álbum Train of Thought (2003), The Root of All Evil do álbum Octavarium (2005), Repentance do álbum Systematic Chaos (2007) e finaliza em The Shattered Fortress do álbum Black Clouds & Silver Linings (2009). Essa primeira musica também se inicia com o mesmo ruído que termina o álbum anterior e a ultima musica do álbum, Losing Time, termina com os mesmos acordes usados para abrir o próximo álbum, tornando esse álbum também uma transição. No segundo CD do álbum encontramos uma unica musica dividida em 8 partes, onde é finalmente mostrado do que se trata o titulo do álbum, Seis Graus de Turbulência Interna, onde cada grau é um tipo diferente de transtorno mental sendo: I-Overture é o prólogo para a apresentação dos temas que surgem durante a música; II-About to Crash trata de Transtorno Bipolar; III-War Inside My Head fala de Estresse Pós-Traumático; IV-The Test That Stumped Them All sobre Esquizofrenia; V-Goodnight Kiss sobre Depressão Pós-Parto; VI-Solitary Shell sobre Autismo; VII-About to Crash - Reprise sobre Transtorno Bipolar novamente (Bipolar tem duas versões da mesma musica para melhor aludir ao transtorno de personalidade) e VIII-Losing Time/Grand Finale sobre Transtorno de Dissociação de Personalidade.

Octavarium (2005)

Aqui entra um pouco da genialidade da banda, Octavarium tem como elemento central a Oitava Musical. Bem propício já que esse foi o oitavo álbum da banda. Aqui cada uma das 8 musicas começa com uma nota chave diferente, sendo The Root of All Evil em FThe Answer Lies Within em G e assim sucessivamente até chegar em Octavarium em F uma oitava acima. Tudo no álbum remete a 8, sua arte gráfica, alguns segredos escondidos nos versos das musicas. até mesmo os tempos das musicas. Aqui a banda meio que desafiou os fans a encontrarem esses segredos e deixo esse desafio a vocês também pois se eu conta-los aqui, não vai ter tanta graça na hora que você for apreciar o álbum e procurar tais segredos. Uma curiosidadezinha simples que não spoila em nada é que até na hora da turnê eles usaram o 8, onde a Octavarium World Tour se iniciou em 8 países (Suécia, Holanda, Suíça, Áustria, Espanha, Itália, França e Bélgica);

The Astonishing (2016)

E aqui chegamos ao já citado The Astonishing. Esse que é o décimo terceiro álbum da banda, traz dois CDs e mais de duas horas em 34 musicas. A história central aqui meio que se parece com a fantasia de ficção cientifica de Star Wars. No futuro de 2285 um grande império comanda tudo enquanto um grupo de rebeldes tenta derrubá-lo (viu como se parece com Star Wars). O caso é que a historia é bem mais profunda que isso e no momento que você se aprofunda nela que percebe as diferenças da saga criada por George Lucas. O grande barato aqui, além da historia e das ótimas musicas, é que o vocalista James LaBrie atua em cada personagem, ele não apenas canta mas atua nas musicas, tornando cada personagem mais realista e cheio de nuance. Uma ultima curiosidade é que na divulgação do álbum, no site oficial do Dream Theater, eles pediram para os fans escolherem um lado entre The Great Northern Empire ou The Ravenskill Rebel Militia e para cada lado que escolhessem teriam informações diferentes no Twitter, como sempre o Dream Theater fazendo algo ímpar, arte em todas as dimensões.

Finalizando, o Dream Theater é praticamente uma banda conceitual pois todos seus trabalhos se integram, nos fazendo sempre refletir um pouquinho mais enquanto apreciamos a ótima musica.

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